Claudia
Fonseca de Freitas Saraiva
Eis que eu acordo e me dou conta que hoje faço
aniversário! Meu aniversário de 8 anos como mãe. Como virginiana nata, diria
que são exatos 8 anos, 39 semanas e 6 dias (inclui o tempo da gestação, é
claro!)!
Nossa, e se com 15 anos eu achava que era gente, e aos 18
então, eu tinha certeza, descobri agora aos 42 de idade e 8 como mãe, que ainda
estou no caminho para um dia então virar “gente grande”!!
Nada melhor no mundo que ser mãe, nada!
De outro lado, nada como se concluir que da vida eu ainda
não sabia nada!
Se hoje eu tenho a capacidade de amar infinitamente,
acima de qualquer coisa, também tenho a capacidade de sofrer na mesma
intensidade ao perceber uma febre sem qualquer sintoma imediato, ou até mesmo por ver uma carinha triste causada pelo
mais bobinho dos acontecimentos.
Se o sentimento de alegria e felicidades desmedidas
diante a nota dez na prova de matemática me fazem sentir o maior orgulho do meu
filho, e a mãe mais realizada, o exercício da paciência me mostra que ainda
tenho um longo caminho a percorrer.
Hoje mesmo fui pela 4ª vez levar a “caixinha do aparelho”
do meu filho no colégio, na tentativa de evitar que o mesmo se quebre, ao ser
“jogado na lancheira”. Sabe quantas vezes eu falo para ele verificar se a caixinha
está na mochila? E quantas vezes chamo para escovar os dentes, e para tomar
banho, e para sentar direito à mesa, e para prestar atenção na roupa molhada na
mochila da natação, e o estojo de lápis que fica de fora da mochila do colégio,
e o capricho na letra....
Lógico que tem coisas que até damos muitas risadas, por
duas vezes já foi para o colégio com o pijama por baixo do uniforme!
E agora então que “descobriu” os palavrões????? Como
lidar com isso? Radical: não, não pode falar em momento algum........quer
dizer, “meu filho, palavrão é algo que dói no ouvido da gente, não fale nunca
em casa, perto da família, e menos ainda diante da professora! ...mas assim,,,,
se estiver no meio dos seus amigOOOS, “tipo” jogando futebol, e escapar um
palavrão ok, mas do lado da sua irmã, que só tem três anos, NUUUUNNNCCCA!
ENTENDEU?”
Hahaha descobri que não sei lidar com isso ainda, porque
se não quero um filho mal educado, também não quero um filho bobinho. Mundo
cruel! Na verdade, ainda não sei lidar com várias situações que se apresentam
no dia a dia, e essa é apenas uma delas.
Em todo caso, tenho ciência que hoje é meu aniversário de
8 anos, portanto ainda sou uma “mãe-criança” e tenho longos anos pela frente
para aprender mais e mais.
E não me resta dúvidas de que há oito anos, 39 semanas e
seis dias, me sinto muito melhor como pessoa, como ser que ama
incondicionalmente, como alguém que tem a missão de criar dois seres tão
lindos, alegres, cheios de saúde e energia. Hoje sei muito mais sobre o
significado da palavra “responsabilidade”. (hoje também sei tudo o que meus
pais passaram quando eu me achava gente com 15 anos, rsrsrs)
Amar, chorar, sorrir, exercitar a paciência, são verbos
que fazem parte do meu cotidiano, da forma mais intensa, como eu nunca podia
imaginar.
Agradeço à Deus, que me confiou duas das suas mais
preciosas criaturas, e rogo paciência com a minha pessoa, uma vez que ainda só
tenho oito anos como mãe, estou na fase de aprendizado e talvez conclua parte
dessa missão apenas quando eles tiverem seus próprios filhos. (sem esquecer que
“filho criado, trabalho dobrado”, e que filhos são eternas crianças para as
mães.)