sábado, 28 de julho de 2012

Causo 55 A Piada do Italiano


Nicanor de Freitas Filho
            Na nossa excursão, chovia muito na Itália, tanto em Milão, quanto Sirmione, Bérgamo, Bolzano e Verona. Só a partir de Trento que melhorou o tempo. Então não pudemos passear como pensávamos. Às vezes tínhamos que ficar no hotel mesmo. Em Verona ficamos num hotel que tinha um bar/restaurante muito agradável. Ficamos por lá para jantar. Depois do jantar quis ler meus e-mails, mas o wi-fi só funcionava na Recepção do Hotel. Fiquei sozinho ali lendo algumas mensagens e pegando algumas notícias do Brasil, quando o recepcionista, muito solícito, ofereceu-me para usar o computador de mesa, onde ficaria mais fácil de “trabalhar”.
            Tentando treinar um pouco meu inglês, fiquei conversando com ele, pois o hall estava vazio. Somente nós dois estávamos por ali. No meio da conversa, falei para ele que não tínhamos sido bem recepcionados no restaurante em Sirmione e contei o que havia acontecido (veja o caso anterior). Então ele me disse que não é “cagare” que se fala em italiano, mas “cacare”. Aí, me contou uma piadinha, sobre pronúncia em italiano. Como falávamos em inglês e algumas palavras em italiano, não sei bem se posso “traduzir” assim a piadinha, que eu até já conhecia. Mas foi como a entendi, contada por um italiano mesmo:

            Ele não falou nome, disse apenas um “bambino”, mas que eu entendi que seria o nosso Joãozinho – ou seria o “Giovannelino”? -  que adorava colocar os professores em fria. Falava errado por gosto, somente para ver como o professor corrigiria. E às vezes abusava de palavrões para constranger as meninas da sala e os próprios professores. Então, o Giovannelino levantou e já se dirigindo à porta, falou com o professor: “-necessito imminente a pisciarrrre!” Arrastando o erre para provocar o professor. Este, já bravo, mas conhecendo o Giovannelino, não deixou de o corrigir perguntando: “-Como? Pisciarre, con due erre?” O Giovannelino que já esperava a pergunta, respondeu de pronto: “-no, con il cazzo!”

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Causo 54 Em Sirmione


Nicanor de Freitas Filho
            Nossas férias de 23 dias, foram 14 dias de excursão. Geralmente você não pode escolher onde vai almoçar, porque é o Guia quem decide onde vai parar. Mas tenho que reconhecer que nossa Guia, nesta excursão, conhecia bem os locais e nos deixava em bons lugares para o almoço.  Ela, uma portuguesa muito experiente, 30 anos de Guia de Turismo, nos explicou que íamos entrar na Itália – vínhamos da Suíça – e que os italianos de lá (Europa) não são com os de cá (Brasil). Os de lá, principalmente com brasileiros, são um pouco mal-educados, pra não dizer “grosseiros”.  Principalmente nos restaurantes e cafés, quando chega um ônibus de excursão, de brasileiros, eles se tornam um tanto “indóceis”. 
            Mas afinal tínhamos que parar para almoçar e ela escolheu Sirmione, antes de chegar em Verona, onde iríamos dormir. Um local lindo à beira do Lago di Garda.  Ou melhor, na península que entra para dentro do lago, o que faz do lugar algo singular.  Muito bonito mesmo!
            Eu e mais duas pessoas vínhamos à frente, com a nossa Guia, porque eu queria saber dela, onde conseguir uma encomenda que eu tinha de um amigo, para comprar sementes de basilicão, que não tinha conseguido ainda. Atrás de nós vinham mais 40 pessoas. Ao chegarmos à porta do Restaurante, estava uma garoa fininha, o dono do restaurante, que depois descobri que se chama Giuseppe, por ser um pouco cedo (era meio dia), desconfiado que fôssemos apenas usar o banheiro para fazer xixi – o que acontece mesmo – abriu a porta de vidro e perguntou:
            “ – Vene a mangiare?” Baixou-me o espírito do Seu Lunga e eu não aguentei e falei baixinho: “ – no... a cagare!” E o tal do Giuseppe escutou e perguntou já com voz agressiva: “ – Che parlasti?” Eu fiz de conta que não era comigo – baixou o espírito de Lula – e perguntei para a Guia, em português: “ - ...será que posso comprar por aqui?” No que ela muito esperta, respondeu para o Giuseppe: “ – Lui solo chiesta come pagare: denaro o carta”.  Ele também fazendo de conta que entendeu tudo, só balbuciou: “ – Ãahhãahhnn!!!”
            Mas comi uma suculenta truta, pescada ali mesmo no lago, fresquinha, que estava uma delícia. A grossura dele, nem minha estúpida brincadeira não estragou nada.


(Simpático aviso colado na entrada) 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Causo 53 Suíça III Neutralidade



Nicanor de Freitas Filho
Na nossa viagem, pudemos relembrar algumas coisas importantes sobre a Suíça. É um país totalmente neutro – e sempre foi – política, militar e financeiramente. Tanto assim que não usa o Euro como moeda. Lá temos que fazer o câmbio, porque só se aceitam Francos Suíços. Ainda assim, são considerados os bancos mais seguros do mundo. Isto faz o país ser muito procurado para receber as sedes e subsedes de muitas organizações, muitas entidades e até multinacionais.
            Nunca entrou nem apoiou nenhum outro país nas guerras, apesar de ter um exército com cerca de 1 milhão de militares, que não ficam nos quartéis, mas ficam com as armas e uniformes em casa e prontos para intervir, se chamados.  Ouvi muitas coisas sobre os militares de lá e até algumas boas piadas. Por exemplo, um soldado teria dito que se forem convocados pela manhã, no período da tarde já estarão todos devidamente equipados e uniformizados nos seus postos. O homem que completa 20 anos tem que ir para o treinamento por cerca de 4 meses, onde aprende quase tudo sobre defesa e uso de armas e recebe o manual do soldado: “Soldatenbusch”. Antes dos 20 anos, tanto rapazes quanto moças podem se alistar para treinamentos com armas e podem ficar com as armas em casa por longo tempo.
É o país mais armado do mundo e com menor número de mortes por arma de fogo. É que lá é tudo controlado. Cada arma tem seu registro e é dado treinamento para seu uso. Eu não entendi bem, mas após servir – ou ser treinado – no exército, volta para casa com armas, munição (esta vai lacrada e é controlada), uniformes e manual. Fica à disposição do Exército até aos 32 anos, acredito, tendo que se apresentar uma ou duas semanas por ano. Depois vão diminuindo as vezes que tem que se apresentar comprovar a destreza, a prática de tiros, até completar 50 anos.  Por isso que um General disse: "Os suíços não têm um exército: eles são o exército".
            Deve ser por isso que o serviço secreto de lá, descobriu que Hitler pensou em invadir a Suíça, não só para ficar com o ouro depositados nos bancos suíços, como para ter mais pontos de entrada para invadir a França, mas foi aconselhado a não fazer isso, pois é um território muito montanhoso, de difícil acesso e um exército que não se tem informações a respeito, além, é claro, de ser declaradamente um país neutro.
A piada que me contaram é mais ou menos assim:    
Um dos príncipes alemães, não sei se é William ou nome bem parecido, pois só ouvi, não vi escrito, em visita à Suíça, foi convidado a visitar um treinamento do exército, acompanhado do Comandante Geral. Teria então perguntado ao Comandante quantos homens tinha no exército. Ele respondeu que cerca de um milhão. No que o príncipe perguntou para ele, o que fariam seus soldados se a Alemanha cruzasse a fronteira com cinco milhões de soldados. Sem pestanejar o Comandante respondeu que cada soldado dele daria cinco tiros e voltaria para casa!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Esporte 6 Libertadores no ano do Centenário...


Nicanor de Freitas Filho
            Quando escrevi sobre a Libertadores 2012, tentei incluir lá no meio um fato, mas não tinha onde coubesse, assim vou tentar escrever agora.
            Tenho um especial amigo, que se aposentou como Desembargador, pessoa realmente admirável e muito especial mesmo, para nós! Para agradar ao filho, diz que é Palmeirense. Na verdade acho que ele nem liga para futebol. Ele gosta mesmo é de “carros”, “automóveis”, “máquinas que andam”, principalmente se for da GM. Mas é uma pessoa extremamente culta e sabe que o futebol está enraizado na cultura brasileira, então também fala de futebol. Acho até que ele gostava mais do futebol, quando era futebol de fato, jogado pelo amor a camisa, digamos, até os idos anos 60.
            Nestas brincadeiras todas, com a vitória do Corinthians na Libertadores, ele acabou me repassando um filme que a Brahma postou no Youtube, que é o Tango Corinthiano. (http://www.youtube.com/watch?v=sM6C0-BD_Vc) Eu agradeci e disse, como bom mineiro que sou, que era “bão demaisssss” ser campeão em cima do Boca Junior, ou melhor vencer um argentino!
            Ele então, como nunca deixa nenhum detalhe escapar, consultou a “jurisprudência futebolística” e me mandou a seguinte mensagem: “...tenho lembrança de que nos idos de 1960 a propaganda do Corinthians era de ser "campeão dos centenários", vale dizer de 1922 e 1954. Portanto, somente quando houvesse centenários é que a condição de campeão ocorria? E hoje, assim continua?”
            Eu, não titubeei nenhum um minuto e mandei a seguinte mensagem para ele: “ ... o senhor matou a charada!!! Como eu não tinha notado tal coisa. Falha enorme da minha parte! Por favor, o senhor clica no endereço abaixo, vai aparecer um filminho,  clica no triângulo para rodar o filme e lá está a devida explicação! Depois que o senhor ver o filme me escreva confirmando se está tudo certo!”  (http://freitasnet.blogspot.com/2012/03/centenario-dona-edith.html)
            Infelizmente, até hoje, ele não me confirmou que entendeu o recado! Achei que não precisaria lembrá-lo que o Corinthians já foi Campeão Paulista 26 vezes, Campeão Brasileiro 5 vezes, Campeão da Copa do Brasil 3 vezes, Campeão Mundial 1 vez e Campeão das Américas 1 vez, isto falando dos Campeonatos Regulares, sem contar Rio-São Paulo, Gomes Pedrosa, Taças de não sei o que, Copinhas e outros troféus pelo mundo afora! Provavelmente, em todos esses anos foram centenários de alguma coisa, não é? Então, este ano é o Centenário no nascimento de minha querida e saudosa Mãe! Mas se ele queria uma justificativa para a “jurisprudência futebolística”, aí está!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Esportes 5 Libertadores 2012



Nicanor de Freitas Filho
            Às vezes arrisco falar de esportes, que junto com a música e literatura são meus hobbies. Na quinta-feira pensei, e até comecei, escrever algo sobre a conquista da Taça Libertadores pelo Corinthians, mas estava tão “invocado” com a resposta dada pelo comentarista político da CBN, Sr. Kennedy Alencar, que disse, naquele dia, no Jornal da Manhã: “... eu nem sabia que o Corinthians tinha jogado ontem...”, que só queria me vingar! Então esperei cair a ficha, e entender que os anticorintianos, não vão perturbar minha alegria pela grande conquista! Simplesmente troco de emissora quando este “bundão” vai falar. Azar da CBN, pois nem sempre volto para lá.
            Isto posto, resolvi hoje externar o que penso sobre a nossa conquista, pois ela é realmente importante, não tanto quanto ao Paulista de 1977, nem o Mundial de 2000, mas tem a importância de levar os “antis” a pensarem em outra coisa, pois a Libertadores agora é nossa! Acabou aquela gozação!
            Durante o jogo lembrei-me de três pessoas, sendo que dois já não estão entre nós, que é o Jornalista Armando Nogueira e o Humorista Chico Anízio. O terceiro é o Samuel Rosa, líder do Skank. Porque lembrar deles? Nenhum é corintiano! Mas gostam e gostavam de futebol. E muito antes destas duas partidas contra o Boca Junior eles escreveram o que aconteceu! Senão vejamos:
            O Chico Anízio disse numa entrevista que o time de futebol resume-se em ter uma defesa organizada, meio campo criativo e um ataque eficiente. O resto é só organizar eficientemente a criatividade! Entendeu? Foi o que o Corinthians, sob a batuta do Tite, fez. Ou não?
            O Samuel Rosa, em sua linda música É Uma Partida de Futebol, diz: “O meu goleiro é um homem de elástico / Os dois zagueiros tem a chave do cadeado / Os laterais fecham a defesa / O meio-campo é lugar dos craques / Que vão levando o time todo pro ataque / O centroavante, o mais importante / Que coisa linda é uma partida de futebol!!” Foi o que o Corinthians, sob a batuta do Tite, fez. Que coisa linda!
            Falaram muito em sorte por isso, sorte por aquilo... Aí lembrei-me do saudoso Armando Nogueira, que sempre contava o caso de um repórter americano, que entrevistando o grande jogador de Golf Chi Chi Rodriguez, após vencer mais um torneio importante, perguntou afirmando: “-... hoje deu tudo certo para você. A sorte estava do seu lado. Deu sorte em tudo! Nada falhou ...”, no que ele respondeu: “- Meu caro, descobri que quanto mais treino mais sorte eu tenho!” Foi o que o Corinthians,  sob a batuta do Tite, fez. Ou não? Ele disse que, junto com a Equipe Técnica, estudou todos os adversários minuciosamente. Na entrevista, após o jogo, Tite respondeu: “-... falar em sorte de campeão é uma forma de depreciar o trabalho ...”, no que ele tem toda razão!
            Até o grande Tostão, que sempre é contra o Corinthians, em seus comentários (acho que ele não é anticorintiano, mas lembrem-se que ele machucou a vista numa partida contra o Corinthians, quando o Ditão, sem nenhuma culpa, puxou uma bola e acertou o rosto dele. Eu estava no Pacaembu nesse dia) escreveu no Caderno de Esportes da Folha: “O Corinthians não tem só cara de Libertadores, como dizem. Tem cara de time organizado, para ganhar qualquer competição. É a equipe mais disciplinada e compacta e a que melhor marca no Brasil. Méritos para o Tite, que já merecia, há muito tempo, estar entre os melhores treinadores brasileiros. Parabéns Corinthians!”
Foi importante para o Corinthians e para o futebol brasileiro, principalmente pelo fato de ter sido contra o poderoso Boca Junior da Argentina e com 14 jogos invictos! Não foram 4 nem 6. Foram 14 jogos invictos!
Não preciso dizer mais nada! Ah! Sim, preciso dizer: Chupa Kennedy Alencar!!!
            Vai Corinthians!!!!!!

sábado, 7 de julho de 2012

Causo 52 Suíça II - Trabalho

Nicanor de Freitas Filho
            Em nossa viagem pela Suíça encontramos alguns brasileiros que residem por lá. Maioria de mulheres. Brasileiro conhece outro brasileiro de longe, é fácil saber.
            Conversando um pouco, ficamos sabendo que lá, geralmente não se tem horário fixo para trabalhar – exceto alguns postos que exigem troca em horários certos – mas praticamente todos os suíços chegam antes do expediente começar, trabalham muito e saem, geralmente bem depois do expediente acabar. Geralmente não recebem horas extras. Quem quiser trabalhar trabalhe. Tem que dar conta dos seus resultados, como julgar mais conveniente. Isto tudo, apesar de a legislação ser de 45 horas semanais. Não tem estabilidade trabalhista. Mas ninguém é dispensado à toa. A menos que não trabalhe corretamente, ou que não seja eficiente. Segundo me explicaram, chefe lá dá bronca sim e muita, às vezes, até são um pouco grosseiros. Ninguém reclama, nem vai à Justiça! Todos sabem que eles têm que dar resultado!
            Os salários são aparentemente bons, mas o custo de vida é muito alto. Então, não é fácil viver por lá, como pode parecer. Tem sim uma qualidade de vida muito boa. Pois não precisam se preocupar com despesas médicas, com aposentadoria, com roubos, com educação, pois isto lá é tudo tão bem organizado e executado que ninguém nem discute o assunto. Para tudo tem seguro, quase obrigatório, ou seja, é tudo pago, mas muito bem fiscalizado pelo governo, que corrige qualquer coisa que saia da linha.
            Uma coisa que me impressionou muito foi a informação que na Suíça paga-se o seguro de aposentadoria, que é um seguro “mais ou menos” estatal – é difícil de explicar com poucas palavras – mas é baseado em 3 “Pilares” e quando a pessoa cumpre os pré-requisitos para a aposentadoria (o principal é a idade de 65 anos) todos recebem o mesmo valor, no 1º Pilar, mas difere no 2º, que é o chamado profissional, mas no total atualmente, fica sempre acima de Chf 3.000,00. Tenha ele pago muito ou pouco, por muito tempo ou por pouco tempo, trabalhando como gari ou como presidente de uma grande multinacional, tendo direito à aposentadoria o valor do 1º Pilar é o mesmo. Ah! Funcionário público também! Parece muito o valor, mas só o aluguel de um apartamento, fora dos centros urbanos, ou seja, subúrbios, de 2 dormitórios (pequenos), paga-se de Chf 1.500,00 a Chf 2.000,00 de aluguel.
            Conversamos com uma angolana que vive em Interlaken há mais de 10 anos, trabalha no hotel que ficamos. Ela nos contou que ganha Chf 4.000,00 por mês, mas ela fica no hotel cerca de 14 horas todos os dias – naquele dia específico, ela ficou 16 horas, por causa do nosso jantar, que prolongou um pouco mais os trabalhos dela. Como ela atende tudo, inclusive o bar do hotel, ela ainda recebe algumas gorjetas. Mas só de aluguel ela paga mais de Chf 2.000,00. Não reclama de nada! Acha que é uma privilegiada de ter um bom emprego, onde gostam muito dela e ela gosta do que faz. Além disso, acha que mora bem e o filho de 6 anos estuda numa boa escola (e vive corrigindo sua  pronúncia no idioma alemão).
                 Um detalhe importante é que só os ricos possuem casa ou apartamento. A maioria absoluta, segundo entendi, mais de 70% da população, paga aluguel, porque quase todos os imóveis pertencem aos bancos ou seguradoras, que têm grande parte de seus rendimentos nessa atividade. Entendi também que somente cerca de 1% dos imóveis ficam em disponibilidade. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Causo 51 Suíça I Educação e Trânsito


Nicanor de Freitas Filho
            Nestas férias de 2012, conseguimos realizar o sonho de visitar a Suíça. Há muito que queríamos, mas não dava certo. Estivemos em 9 cidades, algumas consideradas grandes, como Zurique, Berna e Genebra, outras menores como Interlaken, Grindelwald e Montreux, mas todas muito bonitas. Aliás, em cada lugar que chegávamos achávamos mais bonito que o anterior. Enfim é tudo maravilhoso!
            Mas não é disso que quero falar, mas sim da diferença cultural. Em tudo, precisamos aprender um pouco com eles. Principalmente civilização, nas atitudes, costumes, comportamento social, educação e especialmente no trabalho.
Lugar com muitas bicicletas, motos e automóveis. Tem congestionamento? Sim senhor! Tem congestionamento. Mas não ouvi buzinadas nem uma vez. Nem discussão entre motoristas. E o melhor, não vi nenhuma moto ultrapassando pelo meio dos carros, para acumularem lá na frente sobre a faixa de pedestre e saírem na frente de todos. Acreditem: as motos vão se enfileirando, uma atrás da outra, ou atrás dos carros e aguardam, civilizadamente, sua vez. Não vi nenhuma fechada de automóvel em moto, nem vice-versa. É verdade que em quase todas as ruas tem faixa para bicicletas, mas quando não têm elas andam normalmente junto ao meio-fio, sem atrapalhar ninguém e sem provocar transtornos. Não vi nenhuma bicicleta atravessar sinal vermelho. Nem andar sobre a calçada (a menos que a faixa do ciclista fique sobre a calçada, o que é muito comum). Têm locais que a calçada foi dividida para ciclistas e pedestres e cada um ocupa seu espaço e respeita o do outro. Não vi nenhuma frescura de obrigação de uso de capacetes e roupas especiais. Vi sim mulheres com aparência de “donas de casa” nas bicicletas, com sacolas de supermercado e de lojas nos bagageiros. Não vi ninguém desrespeitar ninguém no trânsito. Tudo parece muito natural para eles. A educação está acima de quase tudo para eles.
            Ah! Sim, faixa de pedestres? Tem sim e são muito bem usadas e respeitadas. Tem as faixas que ficam nos faróis. Em todas estas tem o semáforo para carros e para pedestres. Todos as respeitam, rigorosamente! Não vi nenhum semáforo apagado ou piscando. Nas faixas que não tem semáforo, tem uma placa azul com o desenho, em preto e branco, de um homem andando sobre uma faixa. Significa que o pedestre tem preferência total sobre os outros veículos. Não precisa levantar o braço nem nada. Basta colocar o pé na faixa que todos os veículos param: automóveis, motos e bicicletas. Não vi nenhum pedestre, ainda que velhinho, “ensebando” para atravessar a faixa. Todos andam rápido sem frescuras. Tudo organizado e respeitado como deve ser. Acho que o nome disto é Educação!!
            Aliás, ouvi uma buzinada sim, em Genebra e quando olhei para trás para ver o que estava acontecendo, vi uma brasileira – da nossa excursão – que atravessava a faixa de pedestres, com o semáforo vermelho para ela. O carro, um Toyota Yaris, freou bruscamente e aí sim, meteu a mão na buzina!  E ela acabou de atravessar sorrindo, como se estivesse “abafando”. Apareceu!!
            Em quase todas as cidades que passei ainda funcionam, e muito bem, os bondes. Ou “trans”, como eles chamam, ou dê o nome que se queira dar aos carros elétricos que andam sobre trilhos, no meio das ruas. Surpreendentemente, um dos melhores meios de transporte, pois são rápidos, limpos, com informações muito claras – até para quem não fala alemão, que é o meu caso – e lhe permite apreciar as belezas das cidades, mas são um pouco caros, para o nosso padrão, principalmente se você comprar bilhete para uma viagem. Os moradores locais compram para o ano todo e fica bem mais barato. Sabe como funcionam? Em cada ponto, devidamente com cobertura acrílica, tem uma “maquininha” de venda de bilhetes com moedas. Ali você escolhe o bilhete que quer comprar – as máquinas têm explicações em alemão, francês e inglês – colocam-se as moedas no local indicado e recebe o bilhete com o troco. Ao entrar no veículo, você vai até uma outra maquininha para validar o bilhete, que fica gravada a hora e o dia que você tomou o bonde. Se o fiscal passar para conferir o bilhete – o que é raro – e não estiver validado, ou não tiver o bilhete, a pessoa não só recebe uma multa elevada, como, geralmente é levado a uma delegacia, para dar explicações. Por isso, todo mundo paga e valida seus bilhetes.

            Ah! Ia me esquecendo. As ruas são limpas, com asfalto liso e regular, com sinalização perfeita e bem conservada. Não vi um pedaço de papel no chão, nem copinhos, nem ponta de cigarro, nem saquinhos, nem papel de bala. Tudo limpinho e bonito. Vi sim, muitas flores, jardins bem cuidados, muitas árvores e lagos – como tem lagos naquele país – sinalização clara para tudo! Acho que o nome disto é Educação!!