Nicanor
de Freitas Filho
Nestas férias de 2012, conseguimos realizar
o sonho de visitar a Suíça. Há muito que queríamos, mas não dava certo. Estivemos
em 9 cidades, algumas consideradas grandes, como Zurique, Berna e Genebra,
outras menores como Interlaken, Grindelwald e Montreux, mas todas muito
bonitas. Aliás, em cada lugar que chegávamos achávamos mais bonito que o
anterior. Enfim é tudo maravilhoso!
Mas não é disso que quero falar, mas
sim da diferença cultural. Em tudo, precisamos aprender um pouco com eles.
Principalmente civilização, nas atitudes, costumes, comportamento social, educação
e especialmente no trabalho.
Lugar
com muitas bicicletas, motos e automóveis. Tem congestionamento? Sim senhor!
Tem congestionamento. Mas não ouvi buzinadas nem uma vez. Nem discussão entre
motoristas. E o melhor, não vi nenhuma moto ultrapassando pelo meio dos carros,
para acumularem lá na frente sobre a faixa de pedestre e saírem na frente de
todos. Acreditem: as motos vão se enfileirando, uma atrás da outra, ou atrás
dos carros e aguardam, civilizadamente, sua vez. Não vi nenhuma fechada de
automóvel em moto, nem vice-versa. É verdade que em quase todas as ruas tem
faixa para bicicletas, mas quando não têm elas andam normalmente junto ao
meio-fio, sem atrapalhar ninguém e sem provocar transtornos. Não vi nenhuma
bicicleta atravessar sinal vermelho. Nem andar sobre a calçada (a menos que a
faixa do ciclista fique sobre a calçada, o que é muito comum). Têm locais que a
calçada foi dividida para ciclistas e pedestres e cada um ocupa seu espaço e
respeita o do outro. Não vi nenhuma frescura de obrigação de uso de capacetes e
roupas especiais. Vi sim mulheres com aparência de “donas de casa” nas
bicicletas, com sacolas de supermercado e de lojas nos bagageiros. Não vi
ninguém desrespeitar ninguém no trânsito. Tudo parece muito natural para eles.
A educação está acima de quase tudo para eles.
Ah! Sim, faixa de pedestres? Tem sim
e são muito bem usadas e respeitadas. Tem as faixas que ficam nos faróis. Em
todas estas tem o semáforo para carros e para pedestres. Todos as respeitam,
rigorosamente! Não vi nenhum semáforo apagado ou piscando. Nas faixas que não
tem semáforo, tem uma placa azul com o desenho, em preto e branco, de um homem
andando sobre uma faixa. Significa que o pedestre tem preferência total sobre
os outros veículos. Não precisa levantar o braço nem nada. Basta colocar o pé
na faixa que todos os veículos param: automóveis, motos e bicicletas. Não vi
nenhum pedestre, ainda que velhinho, “ensebando” para atravessar a faixa. Todos
andam rápido sem frescuras. Tudo organizado e respeitado como deve ser. Acho
que o nome disto é Educação!!
Aliás, ouvi uma buzinada sim, em
Genebra e quando olhei para trás para ver o que estava acontecendo, vi uma
brasileira – da nossa excursão – que atravessava a faixa de pedestres, com o
semáforo vermelho para ela. O carro, um Toyota Yaris, freou bruscamente e aí
sim, meteu a mão na buzina! E ela acabou
de atravessar sorrindo, como se estivesse “abafando”. Apareceu!!
Em quase todas as cidades que passei
ainda funcionam, e muito bem, os bondes. Ou “trans”, como eles chamam, ou dê o
nome que se queira dar aos carros elétricos que andam sobre trilhos, no meio
das ruas. Surpreendentemente, um dos melhores meios de transporte, pois são
rápidos, limpos, com informações muito claras – até para quem não fala alemão,
que é o meu caso – e lhe permite apreciar as belezas das cidades, mas são um
pouco caros, para o nosso padrão, principalmente se você comprar bilhete para
uma viagem. Os moradores locais compram para o ano todo e fica bem mais barato.
Sabe como funcionam? Em cada ponto, devidamente com cobertura acrílica, tem uma
“maquininha” de venda de bilhetes com moedas. Ali você escolhe o bilhete que
quer comprar – as máquinas têm explicações em alemão, francês e inglês – colocam-se
as moedas no local indicado e recebe o bilhete com o troco. Ao entrar no
veículo, você vai até uma outra maquininha para validar o bilhete, que fica
gravada a hora e o dia que você tomou o bonde. Se o fiscal passar para conferir
o bilhete – o que é raro – e não estiver validado, ou não tiver o bilhete, a
pessoa não só recebe uma multa elevada, como, geralmente é levado a uma
delegacia, para dar explicações. Por isso, todo mundo paga e valida seus
bilhetes.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivf2DMkk6Au_0yVFldKKjrjgSzJ1tG-p2S_LPlk8kd-vzJjbTQ5so_wf1tGqSDCZYD1gMVqt3af27V-HPo2t0OuCBo6jV4MY99EyZ1ARVbR6YhmONSBu3Ia-c6R4z5qenvXG3G1rmkb7fW/s1600/Vazo+de+flores+de+Cortina+pequeno.jpg)
Freitas
ResponderExcluirComparar com a administração das nossas cidades só reforça o grau da nossa tragédia social e urbana, retrato e espelho das lideranças que vimos tendo nos últimos em todos os niveis: Federal, Estadual e Municipal. Fazer o quê? Não podemos mudar o país para a Suiça. Abraços,
José Carlos - 04/07/12
Concordo Zé Carlos, mas precisamos começar aprender algumas coisas, como educação, civilidade e não aceitar a corrupção de forma tão passiva. Se não alertarmos os que não conhecem o mundo civilizado, não conseguiremos mudar nunca. Não é?
ExcluirVou continuar divulgando nossas diferenças.
Obrigado pelos seus comentários.
Abraços
Nicanor
Cultura, educação, civilidade, política... temos muito que aprender. Somos novos, acho que ainda há tempo.
ResponderExcluirCarlos R. R. Jr.