terça-feira, 20 de março de 2012

Causo 40 Minha Formação Profissional-Organização


Nicanor de Freitas Filho

Mantenho amizade com quase todos meus ex-colegas e ex-chefes, promovendo, inclusive encontros de turmas, ou almoços e jantares, de forma a manter sempre viva cada amizade, que prezo com muito carinho.
Recentemente, encontramos com ex-colegas de um Departamento de Vendas que gerenciei, por 5 anos. Numa das conversas com um deles, me disse que sempre me achou muito organizado, agindo sempre com muita ética e principalmente respeito aos subordinados. Isto me deixou muito orgulhoso, pois, realmente sempre procurei ser assim mesmo. Então contei para ele duas passagens da minha vida profissional, que, por sinal, começou muito cedo e das quais tirei grandes lições. E, nunca mais esqueci aqueles ensinamentos práticos, que muito me valeram, por toda minha vida, não só profissional. Vou contar a primeira passagem hoje:
Quando voltamos do Veríssimo, numa pobreza danada, precisava continuar estudando. Para isso tinha que comprar material escolar. Minha Mãe falou com nosso primo Maroto, que tinha uma oficina mecânica, e eu fui trabalhar lá. Com 8 ou 9 anos ele me ensinou o nome das ferramentas, que ficavam penduradas num quadro, com o desenho do contorno delas e me colocou no Almoxarifado de Ferramentas. Note que naquela época, quase todas as ferramentas de mecânicos eram importadas e caríssimas! Minha função era entregar cada ferramenta que os mecânicos solicitassem, mediante a entrega de uma ficha de metal, devidamente numerada, com o número do mecânico, que cada um carregava na cintura, como um chaveiro, que eu pendurava no prego, no lugar da ferramenta. No final do dia eu tinha que olhar no quadro, que não podia ter ficha. Só podia ter ferramentas. Se tivesse ficha eu tinha que chegar no balcão e gritar, por exemplo:
“ – 8 você não trouxe o alicate de pressão!”
“ – 14 está faltando a chave estrela ¾”!”
Até acertar tudo! Então podia ir embora. Lembro que no primeiro dia Mamãe mandou eu falar com o Maroto se podia me adiantar o valor dos cadernos que tinham que ser comprados para as aulas. Ele disse algo mais ou menos assim:
“ – Que empregado bom, não sabe nada, ainda nem começou a trabalhar mas já quer adiantamento!”
Mas entregou-me os 6 mil réis para os cadernos. Não sei quanto ganhava, nem quanto tempo fiquei lá. Sei que foi muito pouco, talvez uns 45 ou 60 dias, no máximo. Mas foi meu “primeiro emprego”! Talvez tenha sido a primeira experiência profissional que tive sobre organização e controle, pois até hoje, quando tiro, por exemplo, um documento de uma pasta, coloco no lugar um papelzinho para marcar o lugar e saber por que foi tirado. Se empresto um livro, coloco na estante uma folha com a data e o nome para quem emprestei.
(Depois conto a segunda experiência profissional, bem mais doída!!!)

2 comentários:

  1. Valeu dar uma passada aqui no seu blog seu Freitas. Tudo que o senhor escreve é interessante. Um beijo

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  2. Caro amigo.

    Sou testemunha viva: vc sempre foi não só organizado, como principalmente ético e respeitoso com todos.
    Tenho o privilégio de ser seu amigo.
    Um forte abraço e parabéns pelo retorno ao seu Blog.
    Cesinha.

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Nicanor de Freitas Filho