Nicanor de Freitas Filho
Não sou eu que estou indignado. São todas as pessoas, com
um mínimo de caráter, que vivem neste nosso país! Nós já estávamos “indignados”
há algum tempo, mais precisamente desde a CPI dos Correios, que se tornou no
“Mensalão”. Três pessoas, naquela época, cometeram falhas imperdoáveis. O
Deputado Roberto Jefferson, que delatou e batizou de “Mensalão” mas isentou o
Lula, pois o inimigo dele, naquele momento era só o Zé Dirceu, que foi quem ele
atacou e conseguiu a cassação do mesmo. Se ele tivesse contado tudo o que sabia
teria denunciado a pessoa certa também! Depois, quando o Duda Mendonça
confessou o recebimento de 10 milhões de dólares no exterior, ACM, Sérgio
Guerra e FHC, disseram que não pediriam o impeachment do Lula, para vê-lo
“sangrar” até o final do mandato. Ele, não só se reelegeu, como elegeu e
reelegeu a Dilma!
Agora, em 2014, quando o Dallagnol denunciou e o Juiz
Moro acatou e mandou prender um monte de bandidos, com a Operação Lava-Jato,
começamos a tomar conhecimento de várias falcatruas, perpetradas pelo PT, que
nos deu muita esperança de ver os bandidos presos. Políticos com mandato,
somente um foi preso e solto logo em seguida. Têm Foro Privilegiado! Já na
Primeira Instância, o Juiz Sérgio Moro, já condenou e prendeu uma grande
quantidade de ex-políticos e lobistas, cambistas, ex-diretores de estatais e
empresários desonestos. A partir daí, tivemos conhecimento de muitas e muitas
falcatruas, coisas assim, quase inimagináveis, como nomear o Lula Chefe da Casa
Civil, para proporcionar-lhe o Foro Privilegiado. Não deu certo, porque,
espertamente, o Juiz Moro vazou uma gravação, que comprovava o que estava
ocorrendo. Veio o impeachment da Dilma, a cassação e prisão do Eduardo Cunha.
Mas tivemos a decepção de não ver o Lula preso.
Depois de muito tumulto e muita mentira e muitas
tentativas de “matar” a Operação Lava Jato, finalmente a Odebrecht resolveu
fazer a tal da leniência e delação premiada, para mais de 70 executivos,
incluindo o Presidente Marcelo Odebrecht (preso há três anos) e o pai dele
Emílio Odebrecht.
Após esperarmos por vários meses, foi feita a tal
delação. Quando estava pronta para ser homologada, faleceu o Ministro Teori.
Foi sorteado um novo Ministro – o Fachin – para substituí-lo que finalmente acatou
e deu publicidade às gravações e vídeos das tais delações. Foi o que mais me
indignou! O primeiro vídeo que vi foi do Marcelo, que relata tudo com uma
naturalidade que nos causa nojo! A grande Odebrecht, nunca passou de uma
“contratadora” de políticos terceirizados, para aprovar Leis e MPs que lhes
dariam lucro, de índios para não atrapalhar seus negócios, de fiscais para não
lhes fiscalizar, para políticos se enriquecerem, para filhos dos políticos,
amigos dos políticos e construíam tudo com material de terceira categoria,
gastando muito pouco nas obras e obtendo muito lucro e roubando para dar,
principalmente, aos políticos. É lamentável que uma empresa, adquira nome
roubando e corrompendo, no Brasil e no Mundo, e, segundo o Emílio, há três
décadas.
Foi aí que me veio a indignação. A maneira como ele
relatou isso aos Promotores, com uma naturalidade impressionante, dizendo que
tudo que ocorreu foi normal e já ocorria no tempo do pai dele (Norberto
Odebrecht). Ele foi tão acintoso, que o Promotor chegou a pedir para ele “parar
com historinhas”. Ele falava como se estivesse brincando ou fazendo piadas,
rindo o tempo todo... Até o Lula se indignou, pois num vídeo que foi feito de
uma entrevista, que ele deu a uma rádio, ele disse algo assim: “se
quiseram dar dinheiro para meu filho, para meu irmão, eu não tenho nada com
isso, deram porque quiseram”... Meu Deus! Onde
estamos?
Daí para frente, todos os relatos que tive oportunidade
de assistir, só me deu nojo! Como pode “altos executivos” se portarem dessa
forma. Não demonstraram vergonha, não mostraram arrependimento e trataram tudo
como uma “brincadeira”, uma coisa de somenos importância, coisa corriqueira,
fazia parte das funções deles... Que vergonha!
Por outro lado, devidamente orientados pelos “grandes”
advogados, colocaram no bolo todo mundo, das três décadas, porque assim são
todos iguais. O Lula deixou de ser o comandante máximo da corrupção. Todos são
iguais a ele. Pelo menos no modo de ver dos petistas e dos delatores.
Já indignado, na sexta-feira da paixão, no Jornal da
Manhã da Jovem Pan, foi entrevistado o "grande advogado" dos políticos, o Kakay,
que disse um monte de m... Por exemplo: 1 –
“...o impeachment se deu por incapacidade política da presidente, não
por crime...” 2 – “...o Vice Presidente assumiu a Presidência sem muita
legitimidade...” 3 –“...não podemos tirar a política dos políticos, porque
senão vai aparecer algum impostor, dizendo-se salvador...” (Nesta hora lembrei-me do Lula, que assim apareceu) 4
– “...todo o processo da Lava Jato, nas mãos de um só Juiz é
inconstitucional...” 5 –“...não se pode nem fotografar depoentes, quanto mais
filmar e divulgar...” (Nessa hora eu pensei, o
povo só reagiu porque tomou conhecimento dos depoimentos, inclusive pela forma
como foram divulgados. Sem isso não haveria
Lava Jato, o Juiz Moro não teria o apoio que tem).
Outro grande motivo para a minha indignação é o fato da Receita Federal nunca ter “percebido”
nada! Só da Odebrecht saíram 10 bilhões de reais para os políticos... Meu Deus!
Será que não tem nenhum “Auditor Fiscal” capaz de ver algo nisso? Por que da
minha indignação com a Receita Federal? Porque no ano que fiz dez
implantes dentários tive que efetuar o pagamento de 30 mil reais no mesmo ano.
Caí na malha fina, porque “a despesa é exagerada”, segundo me explicou o Auditor que me fez levar, extratos bancários,
declarações, cópias de cheques, de TED e como um dos cheques, meu dentista
tinha repassado, no pagamento de salário do funcionário do consultório, e este
o recebeu na boca do caixa, tive que levar cópia da Carteira Profissional com a
declaração do dentista da veracidade do registro. Olha que foram 30 mil
reais...mas foi notado o “exagero” do valor do meu pagamento!
Vamos ver se minha indignação passa, depois do dia 3 de
maio...
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Nicanor de Freitas Filho