domingo, 14 de julho de 2013

Crônica 9 INSEGURANÇA PUBLICA


Vera Ligia Carli
          A explosão de meu desabafo nasceu com um grito solidário à dor de uma já tão sofrida e explorada família boliviana que perde um filho de 05 anos,  morto por bala partida de mãos assassinas protegidas pela  fragilidade das leis pátrias.
         E hora de agir. E preciso exercer o direito de eleitor e cobrar resultados dos políticos a quem se deferiu o voto.  Não temos, como eles, a disponibilidade do carro blindado e de segurança privada, privilegiadamente paga pelo contribuinte.
         O cidadão comum permanece exposto ao risco diário de encontrar na sua rota de trabalho com perversos criminosos,  prontos a praticarem hediondos crimes – geralmente em “boa” companhia de um menor,  pré-selecionado para eventual necessidade de assumir a responsabilidade por delitos cometidos por terceiros.
         Não há dia e nem hora. Vale tudo.  O cidadão, para minimização do risco, se auto aprisiona nos fins de semana,  recolhido em casa.  Nada de teatro e cinema.   Restaurante, nem pensar... Esse local virou chamariz de bandidos, em prejuízo do consumidor e do empresário, ambos contribuintes de tributos de extravagantes alíquotas que alimentam a mordomia do Poder.
         Em termos de lazer, ao cidadão comum, permite-se no máximo, uma reunião em casa com a família ou com amigos para um jogo de baralho ou às vezes, um churrasco, este,   para os poucos privilegiados em que o preço da carne enquadra-se dentro do salário  desse país,    dito,  sem inflação!!!
         Os adultos não se conformam com a prisão involuntária,  mas, a condição impõe, e ele, acaba – por falta de alternativa – aquietando-se  dentro de casa  cercada de grades.   Na verdade  se enjaulam. Acomodados,   isoladamente,  no velho sofá,  por imposição da falta de segurança ficam a assistir a exibição na  TV  os dissabores da rua,  praticada por adolescentes selvagens que,  deveriam  - pela ferocidade de seus atos -  estar atrás, ou melhor, dentro das  grades. (sem ofensa aos animais)
         E aos jovens,  filhos, sobrinhos e netos,  como convencer ou impedi-los de sair de casa? Qual outra alternativa se tem,  se  não professar a fé divina na expectativa de que ocorra a saída com direito ao retorno – são e salvo de mãos criminosas de jovens infratores, cada vez mais perversos?
         Como não penalizar um bandido,  que impiedosamente, queima um cidadão por que sua conta bancaria dispõe de apenas R$ 30,00  sob leviano argumento de que tem apenas 17 anos,  11 meses e 28 dias de nascido?
         Esses 02 dias faltantes para sua maioridade civil,  transmudaria sua cabeça infante para o raciocínio adulto?   Se tivesse 18 anos, não teria cometido o mesmo crime e com igual  ou pior selvageria?   Ora,  essa índole satânica está enraizada na alma do delinquente muito  antes de completar  17 anos e eternizará  após  os 18. Não há que se iludir com recuperação para quem  age com tão exorbitante brutalidade.
         A esses malignos “anjos” a permissividade da lei  está a conceder-lhe amplos direitos.  Um,  o de votar. Outro, o de matar. Tornou-se,  assim,  isca valiosa  a ser  captada   para a parceria do crime.  Todos, nos,  povo,  sabemos disso.  E, o legislador,  não?  O que tem a dizer?
         Interessante que,  o leigo atribui a culpa  a  mal remunerada POLICIA. Uns poucos  atribuem a culpa ao  juiz,  a quem cabe aplicar a lei. E como fica o omisso  legislador,  a quem compete a alteração da lei?
         Chega de tanta bondade para quem so busca a maldade.
         Maioridade penal reduzida,  já.
         Pagamos impostos e queremos ter o direito constitucional de ir e vir,  o que se acha há muito tempo cerceado por omissão do Poder Publico.
         O povo esta na rua,   Srs. Deputados.  Venham para rua, também.
         Venham  ouvir a sufocada voz do povo.
         Desse povo cansado com a insegurança publica


SP-03/07/2013

7 comentários:

  1. Freitas!
    Dizer mais o que???

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    1. Jayme, tem razão, é mera constatação de tudo que vem acontecendo!!

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  2. Nica, já cansei minha mente tentando alcançar alguma justificativa que possa me convencer das razões que levam nossas autoridades à clara incoerência das leis que regem o assunto. Retiro a minha mencionada incoerência e inverter o pensamento: O que existe é,isto sim, muita coerência se compararmos com as demais leis e ações reguladas e vigiadas por uma justiça também corupta como os demais bandidos de nossa pátria (digo pátria porque não conseguimos ainda criar uma verdadeira NAÇÃO ! Abraços para toda familia. JP.

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  3. Pois é, o problema é mais sério ainda. Não creio que o questão esteja na limitação da idade. O criminoso maior poderá ir para a chamada cadeia comum, o menor poderá ir para a cadeia chamada "Fundação Casa", antiga "Febem". Digo "poderá" pois, segundo estatísticas, apenas uns 8% dos criminosos acabam condenados e presos. Alguns dizem que nem a Polícia, nem o Judiciário e nem o Executivo se esforçam mais para combater o crime, pois mesmo para esses míseros 8% não há lugar nas cadeias... Mas, mesmo se a Polícia fosse mais eficiente, o Judiciário e as leis mais duros e o Executivo também fizesse melhor a sua parte (tudo isso a um elevado custo monetário), apenas teríamos mais bandidos nas cadeias. Será que na hora do crime algum deles iria perder tempo pensando, antes de puxar o gatilho, que a sua idade o classificaria para qual cadeia (a comum ou a da Fundação Casa)? Não, não tenho soluções mágicas para propor. Mas alguma coisa deveria ser feita. Tornar mais difícil o convívio de crianças e adolescentes com os marginais - qual a razão para que a criança vá só um período na escola, ficando o resto do dia na rua a admirar os "poderosos" traficantes de plantão? Será que não é possível investigar melhor e procurar combater a posse de armas em mãos suspeitas? Mas, infelizmente somos mais tentados a procurar soluções mais fáceis: leis baixando o limite de idade (não sou contra, mas acho que o efeito seria zero ou mínimo), por mais polícia nas ruas (vão tirar mais policiais de onde? vão por em que ruas, as dos bairros mais ricos?). Também há gente achando que os cidadãos "de bem" deveriam ter mais acesso a armas para se defenderem - aí, com a proliferação de armas, nosso País viraria um faroeste pior do que já é hoje... Enfim, é complicado mesmo. Abs. Soja

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    1. Põe complicado nisso, Soja! Precisa de muita vontade e coragem para tomar as medidas necessárias, que nossos políticos, não tem ou as "vendem"!!!

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  4. Freitas
    Parabéns à sua amiga Vera Lígia por ter exteriorizado, de maneira simples e direta, a sua emoção e inconformismo pela crise de (in)segurança que vivemos no país. Como diz o seu amigo Soja, a situação é muito complicada mesmo, e extrapola o poder das autoridades (in)competentes. Todos nós queremos segurança, mas ninguém mais quer um Estado ditador e policialesco. Hoje vivemos o paradoxo da melhoria dos índices econômicos - geralmente apontados como causa da maior ou menor criminalidade - e o brutal crescimento dos índices dessa mesma criminalidade. Eu entendo que a origem dos desvios sociais está na formação educacional e familiar e, como já foi dito, pelo descaso da justiça e dos nossos legisladores. Há que olhar para dentro de nossos lares e atentar bem para quem elegemos para nos representar. Abraço. José Carlos

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    1. Sem dúvida, tem que começar pela Educação, entrementes "prisão"!!

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Obrigado pelo seu comentário! É sempre muito bem vindo.
Nicanor de Freitas Filho