segunda-feira, 13 de junho de 2016

Eu sei que vou te amar...

Nicanor de Freitas Filho

            Em outubro do ano passado, eu tinha ouvido um CD de MPB, e no dia seguinte, fiquei cantarolando, o dia todo “Eu sei que vou te amar...” Sabe assim... quando a música não sai da cabeça da gente... Quando fui buscar os meus netos no Colégio, a minha netinha ouviu meu cantarolar e perguntou: “...que música é essa, vovô?” Então cantei um pouco mais para ela, que gostou muito da música. Mais tarde pediu para cantar de novo. Demonstrou ter, realmente, gostado.
            Já fazia mais de 6 anos que eu não tocava violão. Mas, à noite, peguei-o e o afinei e treinei cantar a música. No dia seguinte, com os dedos doloridos, pela falta dos calos, que só aparecem com o tempo e a prática, cantei a música inteira para ela. Ela prestou muita atenção e disse que gostou. É bom esclarecer que ela estava então com três anos e oito meses.
            Depois de cantar algumas vezes, ela me olhou assim de um jeito bastante interessada e me perguntou: “Vovô, o que é sofrer?” Eu fiquei em dúvida de como responder e tentei explicar que ele – o autor da música – “sabia que ia sofrer” porque ela – a namorada dele – ia embora. Ela então, de pronto disse assim: “Ah! Mas então é saudade?” Eu comecei a me enrolar para explicar para ela o que era “sofrer”. Fui dando exemplos, falei que, às vezes, é dolorido para gente, até que ela disse: “Entendi! Quando a gente cai e machuca a gente sofre?” É, acho que ela entendeu direitinho!
            Quando foi no mês de dezembro, perto do Natal, ela foi com o irmão, os Pais e os avós paternos, visitarem a Bisavó, que estava numa Clínica de Repouso, pois não andava muito bem de saúde. Lá, num dia festivo, estavam quase todos no pátio e para alegrar tinha um senhor, já de cabelos brancos, tocando violão. Ela foi se chegando para perto do cantor e ficou observando. Ela gosta de música! Quando ele terminou uma música, perguntou para ela se ela gostava de música e ela respondeu: “Muito!” Ele então perguntou para ela de qual música que ela gostava, para ele cantar para ela. Ela disse: “A música da Frozen”. Ãh? Ela repetiu: “A música da Frozen”. Ele então confessou que não conhecia a música. Ela, com muita simplicidade, olhou para aquele senhor de cabelos brancos, com um violão nas mãos e foi firme: “Então pode ser Eu sei que vou te amar...” O senhor, pegou o microfone e disse: “Atendendo o pedido da senhorita aqui presente, vou cantar Eu sei que vou te amar!”

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Nicanor de Freitas Filho