quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Causo 31 Deitando e rolando...


Nicanor de Freitas Filho
            Em fins 1983 fiz a cirurgia de catarata no olho direito, nos moldes tradicionais, ou seja, cortando na córnea e retirando o cristalino por arrancamento, dando pontos etc.. Isto implicava em manter-se no hospital por uns 5 dias e depois ficar ainda mais uma semana com aquele curativo enorme no olho operado. Desta forma, tinha que achar maneiras de passar o tempo, pois não conseguia ler, nem ver televisão, então o jeito era passear com a minha motorista particular – minha mulher. Meu maior problema era que, na cirurgia do olho esquerdo – a primeira – tinha tido uma hemorragia, que me custou quase 6 meses de molho, porque o sangue não coagulava para poder ser retirado e a pressão ocular subia muito, sendo que cheguei a levar uma injeção de cortisona dentro do globo ocular. E assim, ficou uma espécie de trauma, sempre com medo de outra hemorragia. Fazia tudo com muita delicadeza, movimentos bem controlados, para não ter chance de ocorrer nada que pudesse pensar na tal hemorragia. Até mesmo dirigindo, minha mulher tinha o cuidado para não passar em buracos, para evitar qualquer solavanco mais forte. Apesar de meu Médico me isentar de qualquer culpa pela hemorragia, eu sempre achei que foi devido a um banho que tomei, logo que saí do hospital. Acho que me movimentei demais.
            Num domingo fomos almoçar na casa daquele amigo que tinha vindo do Rio de Janeiro e que fui ajudar a colocar o lustre na sala dele. Como o médico não proibiu de beber uma cervejinha, assim o fizemos. Almoçamos bem, tomamos umas cervejas e ele, que não sabe ficar sem tirar um cochilo depois do almoço, deu uma tapinha no meu ombro e disse para deixar as mulheres conversando lá na sala e irmos tirar uma sonequinha. Eu o acompanhei e fomos para o quarto dele, que, sem cerimônia, arrancou os sapatos deitou num canto da cama de casal e disse para eu deitar também. Conversamos uns 2 ou 3 minutinhos e ele já não mais respondia minhas perguntas, que também deveriam sair baixinho, pois também estava com sono. E assim começamos nossa “sesta” e em menos de 2 minutos depois já estávamos num quase sono profundo, principalmente por causa da cerveja.
            Ele tem duas filhas e a mais nova delas, na época com uns 6 ou 7 anos, era muito “grudada” no pai e acho que ficou com ciúmes de o pai estar lá deitado com um homem na cama do casal, veio bem de mansinho, para não nos acordar, e deitou no espaço que o pai tinha deixado do outro lado da cama. Com o peso dela, forçou a lateral da cama, puxando o estrado de forma que este soltou do meu lado, caindo no chão, mas ficou preso do outro lado, formando, digamos, uma rampa, pela qual os dois vieram embalados, rolando sobre mim. E eu com aquele bruta curativo no olho, que todos sabiam o cuidado que eu devia ter!
            Passaram por cima de mim e, graças a Deus, nada aconteceu! Mas a preocupação de ambos era não tocar no meu rosto, nem que eu ficasse de cabeça para baixo, para não mexer com o curativo no olho. Eu acordei meio assustado, sem saber o que havia acontecido e só me dei conta do acontecido, ao ver a preocupação dos dois, com meu olho operado.
            Acabou nossa sesta em poucos minutos...

3 comentários:

  1. Nunca uma Formiguinha fez tanta confusão! :)

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  2. Cê nunca me enganou! Deitando com homem???Qual é? KKKKKK
    Epaminondas

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  3. Contando assim parece mais uma brincadeira, mas quem te viu com aqueles olhos tapados e com tentando trabalhar com a lupa, sabe que não foi mole!
    Larangoni

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Nicanor de Freitas Filho