terça-feira, 19 de junho de 2012

Causo 47 Palácio da Opera de Viena



Nicanor de Freitas Filho
            Estive recentemente numa excursão em Viena. Na visita que fizemos ao Palácio da Ópera, um dos templos mundiais da música clássica, onde são executadas todas as composições de Mozart e Strauss – principais atrações locais – mas lá não tem preconceito, toda boa música é executada.
            Trata-se de um prédio inaugurado no dia 25 de maio de 1.869, de rara beleza arquitetônica e muito imponente. Um verdadeiro templo da música clássica e do luxo imperial do Século XIX. Como todos os dias tem apresentações diferentes, o palco que é enorme, pode ter três montagens ao mesmo tempo. É alguma coisa para se ver, muito difícil de descrever. É incrível!!
            Foi projetado pelos arquitetos August Sicard Von Sicardsburg e Edward Van Der Null, que fizeram um trabalho de Mestres, que muitos arquitetos gostariam de ter feito.
            Não sei se é lenda ou verdade, portanto é um causo, conta-se que o Imperador – Francisco José, que foi casado com a famosa Sissi – ao ir para inauguração, não gostou do estilo do prédio e teria dito que “ -... mais parecia uma estação de trem que um Palácio de Ópera.”
            Ao tomar conhecimento disto o arquiteto Van Der Null suicidou-se de desgosto e vergonha, pois pensava ter feito uma das mais bonitas obras de Europa – o que é verdade – mas não agradou o Imperador Francisco José.
            Conhecendo os sentimentos do colega e sem saber que ele tinha suicidado, o arquiteto Sincardsburg, foi visitá-lo para lhe dar apoio. Ao encontrá-lo morto, por suicídio, sofreu um infarto e também faleceu.
            Por causa desta história, na Áustria, quando alguém vai à casa de um amigo, para um jantar, ou no casamento de uma filha, ou qualquer recepção, no dia seguinte para elogiar o evento, costuma-se ligar para o anfitrião e dizer: “ -  não precisa suicidar...” Ou seja, o evento agradou e foi muito bonito! Estava tudo perfeito!
            Na hora que ouvi este causo, contado pela Guia da Excursão, lembrei-me do causo que meu amigo, mineiro que mora no Rio me contou. Uns compadres do pai dele, todos da roça, do interior de Minas, provavelmente Muriaé, foram no casamento da filha de um dos compadres e saíram conversando sobre a linda festa. Um deles teria dito que foi a melhor festa que ele já tinha ido. Que tinha sido tudo perfeito! Que tinha tudo, além de primeira, de boníssimo gosto! Muita fartura! – que isto para eles é de muita importância – elogiou o que pode e os demais iam concordando com tudo. Não só concordavam como faziam mais loas aos pais da noiva e aumentavam um pouco mais o elogio. Ou seja, tinha sido uma festa perfeita!
            Aí, um deles, que tinha só escutado o tempo todo, falou:
            “ – Só faltou o doce de mamão...”
            Os outros olharam para ele como que recriminando. Um deles disse:
            “ – Você já viu servir doce de mamão em festa de casamento?”
            “ – Não, mas é o doce que eu mais gosto...uai”
            Então, quando se vai num casamento que a festa foi muito bonita, quem quiser elogiar os anfitriões, ligam e dizem:
            “ – Na sua festa só faltou o doce de mamão...”

Um comentário:

  1. Tá faltando doce de mamão no seu blog!!!!!!
    KKKKKKKKK
    Dora

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Nicanor de Freitas Filho