Claudia Fonseca de Freitas Saraiva
Simplesmente quinze anos se passaram. Um dos momentos
mais tristes pelo qual passei. Pois bem. Os dias vão passando, assim como as
semanas, os meses e os anos... A vida retoma sua rotina, e, alterna bons
acontecimentos assim como momentos tristes por vezes. Mas algo não muda. Algo
permanece.
A Saudade! E essa sempre intensa!
“Saudade é algo que fica de alguém que não ficou”, nem
sei de onde vem essa frase, mas sempre a escutei e talvez hoje eu saiba seu
real significado.
Saudade dos bons momentos, do abraço caloroso, da palavra
doce e amiga.
Saudade do cabelo esvoaçante.
Saudade do sorriso.
Saudade das boas risadas juntas.
Saudade dos segredos contados.
Saudade de tanta coisa, de tudo que juntas vivemos,
apesar da distância física.
A saudade é boa, mas dói!
É, a vida nos proporciona momentos tristes e inesperados.
Não sei por quê. Talvez para que possamos amadurecer e trilhar novos caminhos
em busca do “viver” aqui, algo maravilhoso que Deus nos proporcionou.
Sim, porque hoje, depois de muitos anos de
questionamento, acredito que lá de cima, as “estrelas” querem o nosso bem e
desejam a nossa felicidade. Sim, porque
hoje, creio que não sou ninguém para questionar os acontecimentos que me
entristecem, mas confesso que como ser humano com intensos sentimentos,
questionei por vezes o porquê disso. Sim, porque hoje, ainda sou capaz de ouvir
meu tio, também já falecido (de quem, igualmente, sinto saudade) dizendo para
minha mãe aqui, na cozinha de casa, sentado à mesa, nesse mesmo dia há 15 anos:
“Maria, Deus me deu ela por 20 anos e tenho que agradecer por isso.”
Quanta sabedoria num pai que acabara de perder a filha.
Momento cruel que jamais imaginaria ver meu Tio passar.
Assim, reflito por vezes sobre essa frase. Se me pego
triste e enfurecida com Deus por ter levado nossa querida Livinha, logo penso
no meu tio e nas sábias palavras e procuro me confortar e acreditar que aqui
ela ficou de acordo com o tempo que Deus achou que era necessária sua presença
conosco.
E apesar de hoje administrar melhor a situação,
sinceramente, há algo que “fica de alguém que não ficou” e que foge do domínio
de qualquer ser humano com sentimento de amor....
Saudade de você Livinha!
Saudade também do que não vivemos juntas. Muita coisa
ainda estava por vir. Mas daí de
cima você acompanha tudo não é mesmo? Tenho certeza que sim. Aliás, se bem a
conheço, em muitos momentos dos nossos cotidianos, da correria da vida, dos nossos tropeços e acertos e dos nossos
momentos felizes pelo quais passamos, você nos acompanha e dá boas risadas!
Triste pela falta que você faz!
Feliz por ter tido você, por ter pegado você no colo!
Saudade eterna!
Freitas/Cláudia
ResponderExcluirPrimeiro um babador ao Freitas pelo orgulho que sentirá pela filha, e por sua sensibilidade. E à Cláudia, por saber colocar nas palavras toda a carga de emoção que carrega o sentimento de saudade. Lembro que já havias escrito outra crônica sobre a perda dessa prima. E a verdadeira saudade é isso mesmo! Ela é recorrente ; ela pode esmaecer por períodos, mas sempre volta com a força de quem já não está, mas desejamos ardentemente que esteja. Ainda que esse sentimento possa parecer um pouco da melancolia da genética lusitana, não percas essa capacidade de te emocionar, e segue escrevendo muito e sempre. Abraços - J.Carlos
Muito obrigado Zé Carlos. Principalmente pelo incentivo a ela. Abração.
ExcluirEmocionante!!!
ResponderExcluirConcordo Raquel! Muito obrigado em nome dela.
ExcluirParabéns Claudinha: belo texto. Não as conheci juntas, mas lendo fui capaz de imaginar um "pedacinho" desta amizade. Saudade não tem (e não deve ter) explicação, apenas toma conta da gente e ponto final.
ResponderExcluirPois é Junior. Para compensar hoje ela escreveu sobre outra grande emoção, de uma olhadinha na próxima crônica. Muito obrigado!
ExcluirCopiado do e-mail recebido: Oiee...Vcs são Iluminados diga para ela que ainda tem uma Tia que Ama Tudo issooooo.
ResponderExcluirBeijos.
Lúcia
Tia Lúcia, muito obrigado! Nós também amamos a tia...
ExcluirRecebido por e-mail: Nossa Nica, chorei! Que texto lindo! Como a Claudinha escreve bem e de uma maneira tão clara ! Parabéns a ela e a vc e Maria por terem feito essa jóia tão preciosa. Beijo - Bibi
ResponderExcluirPS : Tento publicar um comentário no blog mas nunca consigo ! Acho que sou meio burrinha , rsrrsrsrsr
Bibi, muito obrigado! A culpa não é sua. Você e muitos amigos não conseguem publicar. Muitas vezes é a configuração do seu navegador que não deixa publicar comentários no blog. Tem que liberar os tais dos "cuckies". É aí que fica preso cada comentário. Não faz mal eu repasso.
ExcluirRecebido por e-mail: "Ai Claudinha, ainda bem que não li ontem, conforme você pediu. Quase não consegui ler tudo (lágrimas).
ResponderExcluirVocê disse tudo o que eu estava sentindo ontem. Apesar dos 15 anos da falta que ela faz, tenho a sensação de bem menos tempo, parece que é uma "presença" tão forte que diminui o tempo, a ausência física, mas o que voce disse sobre a saudade é perfeito: O QUE FICA DE ALGUÉM QUE FOI" e realmente é muito grande e às vezes doi.
Sempre em minhas orações peço a Deus que sejam elevados até sua alma, minha saudade, minha oração e meu amor, que vão durar até o nosso reencontro. Esta é a minha fé.
Tenho certeza que esta força, esta alegria que sinto em minha caminhada, vem dela que agora tem por companhia seu pai, meu querido esposo.
Beijos e muito obrigada pelas lindas palavras dedicadas com carinho à minha tão querida filha. Tia Vania."
Tia Vânia, você é uma das pessoas mais fortes que conheci em toda minha vida. Mas saudade é saudade, principalmente aquela saudade "que fica de alguém que foi..." Admiro muito você. Carinhoso beijo
ExcluirSr. Nicanor, a vida nos dá essa chance de poder falar sobre quem amamos e sem, em momento algum, pensar em não poder falar. Isso ninguém vai nos tirar.
ResponderExcluirIsso faz bem à nossa alma. Pelo menos isso não nos tiram jamais.
Parabéns pela filha, que tb conheço e tenho o maior apreço.
Grande abraço
Marco A. Stabile
Marco, muito obrigado pelo comentário. Você captou certinho o que ela sentia, e sente, pela prima, que tanto se gostavam! Você sabe do nosso apreço por vocês também. Abraços
ExcluirNicanor
Freitas e Claudia,
ResponderExcluirVocês são pessoas incríveis que transparecem sentimento em tudo. Parabéns pelo belo texto que descreve bem o que sentimentos no universo de sentimentos que é a vida e das estrelas que se vão mas, de longe, sempre brilharão para aqueles que as conseguem sentir e enxergar... Abçs VLM - Maria Arteira