Nicanor de Freitas Filho
Eu tenho comigo, e, aprendi isto na escola da vida, que
cuidar de uma família, de um departamento, de uma empresa, de um município, de
um estado ou de um país é apenas questão do tamanho da responsabilidade, mas
esta tem que ser a mesma para qualquer das instituições. E a principal é GASTAR MENOS DO QUE RECEBER E GUARDAR NA BONANÇA PARA GASTAR NAS HORAS
DE CRISES! Isto posto, vamos à
fábula...
João e José, profissionais do mesmo ramo, ambos casados e
com dois filhos cada, trabalhavam na mesma indústria se conheciam muito bem e ambos
resolveram deixar a empresa e abrirem seus próprios negócios. Isto foi lá pelo
começo dos anos noventa, tendo começado seus negócios, João prestava serviço
para José, já que eram do mesmo ramo. Até que iam bem, mas após o impeachment
do Collor, as coisas começaram a complicar e cada um mudou-se para outro
estado.
João foi para o Paraná e continuou no mesmo ramo, após
vender sua parte para o outro sócio, e trabalhavam ele e a esposa, enquanto os
filhos estudavam. Administrando com cuidado, mesmo com dificuldade, remontou
sua indústria, um pouco menor do que era antes, mas aos poucos, com bom planejamento,
muita organização e muito, mas muito mesmo controle. Gastar só depois de ter o
dinheiro na mão. Não era bem assim, pois quando precisava comprar uma máquina
nova, financiava, mas tudo dentro dos limites e possibilidades, com o devido
planejamento e controle.
Aos poucos os filhos, ainda estudando, foram “entrando”
no negócio, começando na produção e ajudando aos pais. Passado algum tempo, eles
já cuidavam de muitas coisas. Primeiro a mãe voltou para os serviços caseiros e
só ajudava quando solicitada. João continuou administrando tudo, com a
experiência que tinha, até ter confiança nos filhos. A empresa prosperou e
ganharam muito dinheiro, que o João aplicava tudo de maneira até conservadora,
principalmente na própria empresa (investimentos). Dizia para os filhos que
nunca se sabe o dia de amanhã. Teve uma época em que a conta bancária estava
gorda e os filhos queriam cada um o seu carro. O João foi logo explicando, que
não tinham necessidade de dois carros, pois estudavam na mesma Faculdade,
embora um fizesse engenharia mecânica e outro engenharia química, sempre saíam
juntos para passear e era assim que ele queria. Os filhos até que reclamavam,
mas sabiam obedecer e respeitar as decisões do pai. Guardaram o suficiente para
qualquer eventualidade e tudo estava bem aplicado, diversificado e protegido. João continuou supervisionando até,
ter certeza e confiança total, de que ambos haviam entendido o que significava
a empresa para eles.
Hoje, a empresa está totalmente nas mãos dos filhos, os
pais apenas ajudam quando são chamados, principalmente para ajudarem na tomada
de alguma decisão e vivem uma vida simples, mas muito tranquila. Têm dinheiro
no banco, tem as propriedades que quiseram ter, como casa de praia, um sítio
para finais de semana e divertimento, além dos carros e das residências, pois
os filhos já casaram e têm suas próprias casas. Tudo conforme João, neto de
alemães, tinha aprendido quando jovem!
O José ficou famoso pela coragem de abrir novos negócios,
entrou no ramo de importação, já que o Brasil tinha aberto mais para a
globalização. Nesse ramo descobriu que um “pixuleco” resolvia muitos problemas
burocráticos e mesmo de “barateamento” dos impostos de importação. Importava
para o Rio de Janeiro, mas suas mercadorias eram desembarcadas no Espírito
Santo, porque tinha incentivos de impostos. Isto o fez criar um grande caixa 2,
pois era necessário!
Nessa de gostar de novos negócios, se metia em ramos que
não conhecia, como num dos casos, no ramo da diversão; comprou uma casa de shows,
transformando-a, digamos, numa espécie de “Canecão”, para não ter que explicar
muito o que era. Para isso teve que pagar por fora – caixa 2 – uma parte,
porque além dos proprietários que não queriam pagar imposto de renda, para ele
também era conveniente, porque ele não tinha como comprovar todo aquele valor. Ele
tinha o caixa 2.
Pouco antes desse negócio, divorciou-se e para manter a
admiração dos filhos, dava de tudo para eles. O mais velho, estava completando
18 anos, queria uma caminhonete dessas incrementadas, 4W, e ganhou logo uma
importada. Como já tinha 18 anos, José colocou a nova empresa, casa de shows,
no nome do dele, que sem nenhuma experiência, foi “dirigir” o negócio.
Enquanto isto, José continuava ali por perto para
“ensinar” o filho. Gostou de uma das dançarinas da casa de shows e levou-a para
casa. É lógico que o romance só durou o tempo que ela precisou para conquistar
tudo que queria ter. Depois acabou!
Ele depois que se mudou para o Rio de Janeiro “casou-se”
com uma nova parceira. Teve mais duas filhas. Ficou mais difícil para sustentar
toda esta “família”, que queria de tudo, do bom e do melhor, incluindo a
primeira esposa, que mesmo estando bem de vida, queria receber a parte dela, já
que ele tinha fama de Midas. Para todos, inclusive familiares, ele era rico. A
artista também queria a parte dela. E agora o filho mais novo também completou
18 anos e queria a sua Land Rover. E
esse, logo engravidou uma menina 2 anos mais velha que ele e trouxe-a para casa.
Não tinha ainda como sustentar seu lar. Estava estudando História na USP. O pai
cobria tudo, muitas vezes não tinha todo o dinheiro, mas não deixava ninguém
saber, pois o orgulho não permitia.
A nova esposa era muito vaidosa e não se preocupava em
economizar não! As filhas tinham tudo que queriam e até o que não sabiam, mas a
mãe lhes comprava.
Nesse ínterim, a casa de shows, mal administrada, quebrou
e as demandas trabalhistas foram para um volume impressionante, que eles não
faziam ideia! Era muito além do que pensavam! Na Justiça Trabalhista, embora
com bons advogados, perdiam quase todas as causas. O filho não tinha
patrimônio, então era José quem bancava tudo. O mais novo, formou-se, fez uma
festa, mas fazer o que? Professor ele não queria ser. Que fazer com o diploma
de Bacharel em História, formado pela USP? Nada, enquanto o pai continuava a se
endividar para cobrir os gastos trifamiliares, pois a primeira esposa recebia
pensão, a artista recebia uma “pensão”, por fora, e a nova família tinha
despesas elevadas, pois a nova esposa sabia como gastar com ela e com as
filhas. Os dois filhos sempre tentando novos e mirabolantes negócios. Todos
viviam muito bem, mas ele... coitado! Sabia que seu patrimônio não cobriria nem
um terço das dívidas! Começaram as dificuldades...
Amigos? Sumiram todos, mesmo aqueles que frequentavam
semanalmente sua casa. Aproveitavam da piscina, com os filhos, assistiam aos
jogos de futebol, porque tinha sempre muita comida e bebida e era tudo de
primeira! José continuava “esnobando”, pois tinha crédito, tinha fama, pagava
um “pixuleco” aqui, outro ali e ia rolando as dívidas. Cada vez maiores! Até
que um dia explodiu!
Sabem o que ele fez? Disse que estava muito surpreso,
pois não esperava por isso. Nunca previra que pudesse chegar nesse ponto! Todos
deviam acreditar nele e continuar a lhe dar crédito. Podia ter cometido algum
errinho, mas não tinham motivos para lhe tomarem tudo assim...
Qualquer semelhança não
é mera coincidência...
Nica,
ResponderExcluirLi todo o texto , dois homens bons de negócios, João com o burro na sombra mas José ...... só confiava na sorte, se meteu com mulher , filho criando fora da realidade , enfim você , resumidamente quis dizer que o José = Dilma , acabando c o que estava, com muito sacrifício , arrumado, economia ajustada , Brasil sem dívidas , momento excelente p colocar o Pais numa posição privilegiada e aí a "vaca foi pro brejo " , ou seja ; deixando o Brasil na pior fase da história que já passamos.
Ganância e se manter no poder , maior quadrilha delapidando as Empresas e afundando o Pais nesse patamar que estamos e ainda podemos esperar mais ainda; ou seja : as consequências dessa administração
Um forte abraço , sábado chego ao entardecer em Pinhal ( Espírito S de Pinhal)
Pedro Felicissimo
Matou em cima! Até lá... abração
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