Alcino de Freitas.
Costumam dizer que Deus é brasileiro, e eu acredito. O
título de penta campeão mundial de futebol só o nosso país obteve. E olhe que,
nos primeiros mundiais disputados o negócio era bem bagunçado. Em 1950, quando
perdemos o título para o Uruguai dentro do Maracanã, aqui no Brasil, a decepção
foi geral. Era preciso mudar alguma coisa para melhorar. Disputamos mais outra
Copa em 1954, e outra vez, provamos que tínhamos um bom time, porém faltava
organização. Foi então que, em 1958, convidaram o Dr. Paulo Machado de
Carvalho, homem da imprensa brasileira, para comandar a nossa Seleção. E ele
tornou-se o “Marechal da Vitória”. O Brasil conquistou pela primeira vez, na
Suécia, o cobiçado título de campeão mundial .
Todo este preâmbulo, para chegarmos aos nossos craques
que, estão sendo chamados, lá no céu, pelo Senhor. Foram tantos os chamados que
perdi a conta. Na semana passada foi à vez de Hideraldo Luis Bellini. Um
zagueiro de estilo vigoroso, um líder nato. Bellini entrou para a história do
futebol mundial ao erguer a Taça Julies Rimet, no Estádio Rasunda, em
Estocolmo, depois da goleada de 5x2 do Brasil, sobre a Suécia, no jogo decisivo
do mundial. Nasceu em Itapira-SP; no dia 21 de junho de 1930. Bellini foi o capitão
da primeira Copa do Mundo que o Brasil conquistou em 1958 na Suécia. Na época
era zagueiro do Vasco da Gama, foi ele que eternizou o gesto de levantar a taça,
que os capitães de todas as seleções campeãs do mundo, passaram a repetir.
Chegou à Seleção do Brasil jogando pelo Vasco, passou pelo São Paulo e encerrou
sua carreira, atuando pelo Atlético Paranaense, em um dia que jamais se
esqueceu. Dia 20 de julho de 1969, o dia em que o homem pisou na lua pela
primeira vez. Naquele ano, juntamente com Djalma Santos, também bicampeão do
mundo pela Seleção Brasileira, Bellini foi campeão paranaense.
Conta Bellini: “Não pensei em erguer a taça, na verdade
não sabia o que fazer com ela quando a recebi do Rei Gustavo, da Suécia. Na cerimônia
de entrega a confusão era grande, havia muitos fotógrafos procurando uma melhor
posição. Foi então que alguns deles, os mais baixinhos, começaram a gritar. Bellini,
levanta a taça, levanta Bellini. Foi quando eu a ergui”.
Casado com dona Gisele por 42 anos, e tiveram dois
filhos: Carla e Junior, filhos dos quais Bellini e Gisele se orgulham muito.
Bellini disputou 57 jogos pela Seleção Brasileira.
Conquistou: 42 vitórias, 11 empates e 4 derrotas.
Clubes pelos quais jogou: Atlético Sanjoanense, Vasco da
Gama, São Paulo e Atlético Paranaense.
Títulos pela Seleção Brasileira: Copa Roca (1957 e 1960).
Taça Oswaldo Cruz: (1958, 1961 e 1962).
Copa do Mundo: (1958 e 1962).
Taça Bernardo O’Higginis: (1959) e Taça Atlântico (1960).
(Artigo publicado no Jornal Interação, de Araxá-MG, no
dia 27/03/2014)
Não sabia da história dos fotógrafos, mas, sempre que via um vídeo da entrega da taça, tinha a nítida impressão que Bellini fica indeciso sobre o que fazer com ela. Simplesmente eternizou um gesto repetido milhares de vezes ao longo de tantos anos. Torçamos por mais um gesto desse, agora em terras tupiniquins, em homenagem a Bellini e a todos os brasileiros.
ResponderExcluirPois é Junior, eu me lembro quando ele declarou isto, muitos anos depois da Copa de 1958, pois eu já vivia em São Paulo. O gesto mais copiado por quem recebe hoje um troféu, foi "criado" quase que por acaso, porque os jornalistas baixinhos não conseguiam ver a Taça do Mundo. (assim que era chamada).
ExcluirUma lastima seu falecimento, um exemplo p o futebol , alem desses inúmeros adjetivos que recebeu durante sua atuacao no football e fora do campo , lembro como a mulherada apreciava o lindo porte e postura que possuia e o galã . So teve um pequeno defeito , nao foi jogador do Flamengo e meu amigo Nica tb irá acrescentar , " do Corinthians tb" se não me engano, Confesso minha cultura futebolística é deveras pequena , mas os que deixaram grande marca, contribuiram em demasia , esses não esqueço.
ResponderExcluirGudum
Gudum, claro que ele se encaixaria em qualquer clube, pois era o titular absoluto da Seleção, mas o Corinthians o Alan, que era muito bom de bola!
ExcluirObrigado pelo comentário!
Abração
Freitas
ResponderExcluirÉ muito bom que o Alcino tenha escrito essa crônica sobre o Bellini, que representa merecida homenagem aos últimos românticos do futebol, cuja geração terminou com a Copa de 1962, no Chile. Como esquecer aquela seleção da Suécia, quase repetida em Santiago? Na minha visão sobre o futebol, a partir daí, acabou-se o romantismo, e começou o mercenarismo. Outras boas seleções vieram, mas sob a égide do mais puro mercantilismo. Resta-nos pedir: "aos Românticos que estais no Céu, olhai por todos os meninos de talento, para que não se deixem cair nas tentações fáceis, e livrai-os de todos os empresários e dirigentes sem escrúpulos...Amém". José Carlos
Zé Carlos, gostei mesmo foi da oração final... precisamos sim!!
ExcluirAbraços