segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Causo 25 Aprenda a perguntar

Nicanor de Freitas Filho

            Ouvi esta estória num desses seminários de final de semana. Fiz tantos que não sou capaz de me lembrar em qual foi. Lembro que ainda estava na Cia. Melhoramentos, portanto faz tempo! O intuito era de exemplificar como fazer perguntas corretamente, de preferência induzindo o perguntado a responder o que lhe interessa.
            Contaram que um Sacristão, desses bem religiosos, que são Sacristãos por pura convicção, porque gostam e não porque foram forçados àquilo. Ele tinha um probleminha. Como todo mundo naquela época, ele fumava e muito. Era desses viciados mesmo! Fumava o dia inteiro. Mas era também muito religioso e também rezava o dia inteiro.  Um dia, lendo alguns manuais de catequese e outras leituras religiosas, ele mesmo concluiu que não deveria aproveitar para fumar, naquele tempo em que estivesse rezando. Mas também se questionou, porque chegara àquela conclusão, pois sabia que fumar não era nenhum pecado. Ou seja, ele criou uma grande dúvida para si mesmo, se poderia ou não fumar enquanto estivesse rezando. Como ele era muito sério e não cometia nenhum pecado, ainda mais uma coisa boba assim, ele resolveu ir perguntar ao senhor Vigário sobre sua dúvida. Pensou muito tempo de como deveria perguntar. Concluiu que tinha que justificar a pergunta e lá foi ao senhor Vigário e perguntou:
            “ – Senhor Vigário, desculpe-me lhe incomodar, mas preciso tirar uma dúvida com o senhor. Como o senhor sabe, eu sou muito católico e religioso. Eu rezo o dia inteiro e aliás, sinto-me muito bem fazendo isto. Mas como o senhor sabe eu também sou viciado no cigarro. Fumo o dia inteiro! Então queria lhe perguntar se, enquanto eu estiver rezando eu posso aproveitar para fumar?”
            “ – Claro que não meu caro Sacristão. O senhor sabe muito bem que rezar é conversar com Deus. E enquanto a gente conversa com Deus, não se fuma, pois é falta de respeito! Compreendeu?”
            “ – Sim senhor, muito obrigado!”
            E o pobre Sacristão, muito católico começou a ficar pirado, porque, como rezava o dia todo, não podia fumar, pois era falta de respeito. No segundo dia ele rezou e pediu a Deus para lhe ajudar a resolver o problema, pois não agüentava ficar sem fumar, mas não queria diminuir as rezas, porque lhe fazia bem rezar. Pois não é que Deus lhe iluminou a mente e ele voltou ao senhor Vigário e fez a seguinte pergunta:
            “ – Senhor Vigário, sem querer lhe incomodar, preciso tirar outra dúvida com o senhor. Como o senhor sabe, eu sou viciado no cigarro. Fumo o dia inteiro! Não consigo parar de fumar. Tenho fumado a todo momento! Mas como o senhor sabe, eu também sou muito católico e religioso. Eu rezo o dia inteiro e aliás, sinto-me muito bem fazendo isto! Então queria lhe perguntar: como fumo o dia todo, enquanto eu estiver fumando eu poderia aproveitar e rezar também?”
            “ – Claro, meu filho,para rezar não tem hora! É sempre bom rezar!

Um comentário:

  1. Já que vc contou esta, conta aquela do Jockey que vc gostava de contar nas primeiras reuniões de venda... Ela tb é legal.

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Nicanor de Freitas Filho