quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Causo 27 Que pernas!

Nicanor de Freitas Filho
            Tenho um primo, morador em Belo Horizonte, capital mineira. Há alguns anos – e põe anos nisso – ele tinha uma Variant, da VW, aquela peruinha que na época era um “carrão”. Um dia soltou o cano de escapamento e ficou fazendo aquele barulho chato, de vibração debaixo do carro. Ele andava e ficava aquele plá-plá-plá-plá...
            Ele morava num bairro tranqüilo, bem pertinho de uma Igreja, que não me lembro o nome agora. Ficava a um quarteirão abaixo da Igreja, que como toda igreja, fica sempre num lugar mais alto. Num domingo pela manhã, ele resolveu amarrar o cano de escapamento, até que pudesse mandar consertar, ou quem sabe, talvez, já aproveitava para trocar a “chimbica”. Ele então manobrou o carro e colocou as duas rodas do lado esquerdo em cima do passeio, para poder entrar debaixo e fazer a amarração. O meio-fio era relativamente alto e permitia trabalhar com certa liberdade. Colocou uma caixa de papelão que ele desmontou, para forrar o chão de paralelepípedo e iniciou o trabalho sozinho debaixo do carro.
            Como sabemos, não é fácil amarrar um cano de escapamento, principalmente porque ele não é mecânico. Era acostumado a trabalhar em escritório, com caneta, papel e telefone. Assim ele demorou bem mais do que pensava. Quando ele começou a manobrar o carro para colocar sobre o passeio, o pessoal estava subindo para a missa e agora ele ainda não tinha acabado o serviço, mas a missa acabou e ele ainda estava lá, deitado debaixo daquela porcaria, sem saber como terminar aquela amarração de arame. Já com os dedos doloridos, perfurados, já tinha escapado o alicate e beliscado a mão, ele já estava começando a perder a paciência, quando ouviu os tóc-tóc dos sapatos das pessoas que estavam voltando da Igreja. Ora, a maioria absoluta era mulheres. Naquela época só se ia à Igreja de vestido. Mulher nenhuma usava calças compridas para ir à Igreja. Então, a ponto de perder a paciência, passou a se deliciar com as pernas das moças que iam passando ao lado do carro. Ele deitado, debaixo do carro, ninguém ligava e ele com “aquela” visão raríssima! E cada uma que passava, ele se deliciava e até tentava descobrir de quem era, pois a maioria das mulheres era vizinha dele. Passou um par de pernas lindo e ele pensou logo:
            “ – Tenho certeza que essa é a Sônia. Que pernas lindas, tão torneadinhas!” E era mesmo, ele pode observar colocando a cabeça um pouco de lado.
            Cada uma que passava ele admirava e tentava descobrir de quem era. Aquilo estava ficando bom demais! Ele já estava todo excitado e cada vez mais entusiasmado! Então passou uma, cujas pernas eram “fora de série”. Aquela nem devia ser das vizinhas que ele conhecia. Deveria ser alguma atriz de TV que veio passear por ali e aproveitou para ir à missa com amigas. Ele não agüentou e tirou o corpo quase todo para fora, para ver a cara da beldade! Iria guardar para sempre aquele rostinho angelical!! Surpresa!!!...
Era a mulher dele!!!!!...


P.S.: A do vizinho parece sempre melhor!

2 comentários:

  1. Essee nosso primo, que não vejo ha anos (mais novo que eu)desde pequeno tinha um comportamento sui-generis: ÚNICO FILHO VARÃO DO TIO DOMINGUINHO, só ele mexia nas ferramentas e quando acontecia algum incidente ou acidente ele corrria pra dentro de casa e sem ninguem indagar ele antecipava "MÃE, NÃO FUI EU QUE QUEBREI O ALICATE...." Zé

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  2. KKKKKKK Será que ele nunca tinha olhado antes????

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Nicanor de Freitas Filho