segunda-feira, 11 de julho de 2011

Causo 12 Colocação do Lustre

Nicanor de Freitas Filho

Tenho um grande amigo, que considero quase irmão, mineiro de Muriaé, mas que mora no Rio de Janeiro, desde “mocinho”.
            Um dia ele foi promovido a Gerente Geral de uma Financeira aqui em São Paulo e teve que mudar com a família. Aí nossa amizade se estreitou mais ainda e foi muito bom enquanto ele morou aqui em São Paulo.
            Para se ter uma idéia de como somos amigos e tanto que ele confia em nós, no dia que se mudou para São Paulo, me ligou dizendo que não tinha como fazer comida em casa e se convidou a ir jantar na minha casa. Achamos ótima a idéia e nos preparamos para recebê-los. Ele, a esposa e as duas filhas. Ao chegarem em casa ele me entregou um jogo de chaves de sua casa nova e me disse que queria saber onde elas ficariam guardadas, na minha casa, para o caso de ele necessitar, por exemplo, esquecendo as chaves dele  numa viagem, ou sendo roubada a bolsa com as chaves, ou outro motivo qualquer, ele saberia onde estariam as cópias dele. Disse mais, que gostaria de ter um jogo de chaves da minha casa também, pelos mesmos motivos. Assim nunca ficaríamos “apertados” por falta de chave de casa. Vai ser precavido pra lá...
            Bem, quando foi no sábado, ele me “convocou” para ajudá-lo a colocar os lustres e outros aparelhos, que se necessita de ajudante. Era um mês de dezembro e estava um calor de rachar mamona, em São Paulo. A “convocação” compreendia também o almoço, na casa dele.
            Ele, como já deu para ver, é a pessoa mais precavida que conheço. Assim, quando cheguei lá, de bermuda e camiseta, para suportar o calor, ele me mostrou que todos os lustres dele, tinham na ponta do fio, um soquete, pois ele tinha costume de instalar um pino na ponta do fio da eletricidade. Deste modo era sempre fácil, para por e tirar, porque bastava desligar o pino do soquete e já estava livre. Não precisava daquele negócio de ficar descascando e isolando fios elétricos, que demora e é sempre menos seguro. Muito bem pensado!
            O lustre da sala era grande e pesado, com umas dez ou doze lâmpadas. Duas escadas, um segurando o outro amarrando, ambos suando à bicas, pelo calor que estava. Finalmente, depois de quase uma hora, conseguimos instalar o lustre pesadão! Ufa! Que alívio! Que calor! Aí ele disse:
– “Bem que merecemos uma cervejinha agora, não?”
            É claro que aceitei e finalmente pudemos sentar um pouquinho, para saborear nossa Brahma e refrescar um pouco do calor que sentíamos. Ficamos jogando um pouco de conversa fora, quando ele parou com a latinha de cerveja, encostada nos lábios e me perguntou:
            – “Você conectou o pino da eletricidade no soquete do lustre?”
            Olhamos um na cara do outro e eu disse:
            – “Eu não! Você conectou?”
            – “Eu também nããããooooo!!!
            – “Aaaahhhhhhh!!! Começar toda operação de novo???!!!...

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Nicanor de Freitas Filho